segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A Psicologia Pré-Natal e Sua Importância para a Saúde Emocional


Psicologia Pré-Natal é o estudo do comportamento e do desenvolvimento, tanto evolutivo como psico-afetivo-emocional do indivíduo, no período anterior ao seu nascimento.

Os estudiosos desse saber creem que as experiências pré e perinatais (do nascimento) exercem uma profunda influência na saúde e no comportamento humano. Acreditam que a vida é um contínuo que se inicia antes da concepção e que, neste período de formação, a mãe e a criança estão intimamente interligadas. Uma experiência pré e perinatal de amor e aceitação propicia vínculo e sensibilidade com relação aos outros. O vínculo traz conseqüências para o resto da vida, influindo nos relacionamentos do indivíduo e na dinâmica da sociedade.

Thomas Verny, em seu livro ‘A Vida Secreta da Criança Antes de Nascer’, afirma, dentre outras coisas, que o bom relacionamento do feto com sua mãe constitui uma espécie de seguro de saúde mental.

Na prática psicoterápica é comum vermos casos de pessoas com uma acentuada insegurança emocional, ou com uma incapacidade de decidir por si mesmas, ou com uma auto-estima baixa e insatisfação pela vida. Muitas vezes, essas desordens psicológicas podem ter origem antes da vida adulta, da adolescência ou da infância. O ser humano começa a ser modelado, recebendo influências já na sua vida intra-uterina. Estas influências são carregadas ao longo de sua vida, quer elas sejam positivas ou negativas. A rejeição materna pode ser a causa dessas e outras desordens emocionais e, também, de transtornos orgânicos, no caso de recém-nascidos.

A Psicologia Pré-Natal, estudada hoje em dia em muitos países como Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Áustria, Suécia, Austrália, Nova Zelândia e Brasil, é uma disciplina nova, surgida na década de 1970, que reúne profissionais de diversas áreas, a saber, psicólogos, psiquiatras, obstetras, ginecologistas, pediatras, endocrinologistas, psicanalistas, geneticistas, embriologistas, parteiras, enfermeiras e outras profissões ligadas à Saúde e às Ciências Sociais.

Devido às janelas de observação de que se dispõe agora, que são as novas tecnologias, não se pode mais pensar que a placenta possa proteger a criança pré-natal das coisas ruins que acontecem no corpo da mãe, ou que o corpo da mãe possa proteger a criança das coisas ruins que acontecem no mundo. A mãe e o bebê encaram juntos os perigos do ar, da água e da terra, comprometidos por resíduos tóxicos da química e física modernas.

Por outro lado, as pesquisas vêm revelando as reais capacidades da criança em gestação: seu desenvolvimento sensorial precoce, sua rara sensibilidade e capacidade de resposta e sua capacidade de aprender do que está acontecendo no mundo de sua mãe e de seu pai. O ambiente pré-natal, então, pode ser uma bênção ou uma infelicidade, dependendo dos pais.

O feto é um ser com capacidade de perceber e distinguir sons, luz, paladar, a voz da mãe e do pai e de registrar sensações. Ele é influenciado pela química das emoções da mãe, que são transmitidas a ele via placenta. À medida que se desenvolve e sente a si mesmo como um ser individual, a criança em gestação é mais e mais modelada pelo conteúdo puramente emocional das mensagens maternas. Nesse processo de desenvolvimento, ela vai formando a sua personalidade.

Também o nascimento pode ser um momento de alegria e formação de vínculo com a mãe, ou pode ser um evento traumático para a criança, dependo da maneira como é praticado. As práticas frias e agressivas de obstetras, pediatras e neonatologistas, que não levam em consideração a sensibilidade física e emocional do indivíduo ao nascer, deixam marcas no corpo e na alma do indivíduo por anos a fio. Apesar do trabalho consistente de profissionais e teóricos como Otto Rank, Arthur Janov, Stanislav Grof, Leboyer, Elizabeth Nobel, David Chamberlain, entre outros, ainda persiste a idéia entre alguns profissionais de que não pode haver trauma real no nascimento, em função da imaturidade do cérebro do neonato. Esta crença tem sido obstáculo para o progresso da compreensão dos bebês e da importância do trauma precoce.

Os profissionais e pesquisadores que trabalham na área de Medicina e Psicologia Pré e Perinatal já adquiriram a convicção de que qualquer violência sofrida pelo bebê no ventre ou nos instantes do parto é uma forma profunda de condicionamento, a qual age como base para outros relacionamentos. Este condicionamento pode afetar a saúde física e mental da pessoa.

A fase pré-natal e perinatal do indivíduo revela-se uma oportunidade única para a prevenção de problemas emocionais e físicos.

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