quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Willian James e o Pragmatismo


[creditofoto]
William James escreveu sobre todos os aspectos da psicologia humana
William James teve a sua formação aberta a diversas influências. Interessado em várias disciplinas, escreveu sobre todos os aspectos da psicologia humana, do funcionamento cerebral às experiências religiosas. Ensinou psicologia e filosofia na Universidade de Harvard e é considerado o pai do pragmatismo.

Entre 1865 e 1866, aos 23 anos, acompanhou a Expedição Thayer, liderada pelo professor Louis Agassiz. Nos oito meses de estadia no Brasil, passados principalmente no Rio de Janeiro e na Amazônia, James rascunhou cartas a seus familiares e um diário, e produziu desenhos de cenas da expedição, que expressam uma consciência crítica e um distanciamento moral da ideia colonialista que norteava a expedição.

Depois seguiu para a Alemanha e estudou filosofia na Universidade de Berlim, entre 1867 e 1868. No ano seguinte, conseguiu a graduação em medicina em Harvard, tornando-se professor de fisiologia e anatomia a partir de 1873, e depois, de psicologia e filosofia, na mesma universidade.

Também participou da Sociedade Americana para Pesquisas Científicas. Sua primeira grande obra, de 1890, foi "Princípios de Psicologia". Em 1897, escreveu sobre a adoção de uma crença religiosa, em "A Vontade de Crer" e em 1902, "As Variedades da Experiência Religiosa: Estudo sobre a Natureza Humana".

O Pragmatismo constitui uma escola de filosofia estabelecida no final do século XIX, com origem no Metaphysical Club, um grupo de especulação filosófica liderado pelo lógico Charles Sanders Peirce, pelo psicólogo William James e pelo jurista Oliver Wendell Holmes, Jr., congregando em seguida acadêmicos importantes dos Estados Unidos.
Segundo essa doutrina metafísica, o sentido de uma ideia corresponde ao conjunto dos seus desdobramentos práticos.
O primeiro registro do termo pragmatismo ocorreu em 1898, tendo sido usado por William James. Este creditou a autoria do termo a Charles Sanders Peirce, que o teria criado no início dos anos 1870.
A partir de 1905 Peirce passou a usar o termo pragmaticismo para designar sua filosofia, rejeitando o nome original, pragmatismo, que estaria sendo usado por "jornais literários", de uma maneira que Peirce não aprovava.
A questão que distingue o pragmatismo do pragmaticismo reside principalmente no entendimento dado a esta locução - "desdobramentos práticos". Segundo a máxima pragmática de Peirce, o sentido de todo símbolo ou conceito depende da totalidade das possibilidades de formação de condutas deliberadas a partir da crença na verdade deste conceito ou símbolo. Neste leque, incluem-se desde os efeitos mais prosaicos até as condutas mentais mais remotas. Neste aspecto, porque o pragmatismo daria relevância apenas às evidências empíricas e às práticas mais vantajosas para o sujeito individual, pode ser considerado uma doutrina filosófica menos exigente que o pragmaticismo.
O pragmatismo se aproxima do sentido popular, segundo o qual um sujeito "pragmático" é aquele que tem o hábito mental de reduzir o sentido dos fenômenos à avaliação de seus aspectos úteis, necessários, limitando a especulação aos efeitos práticos, de valor utilitário, do pensamento. Peirce, aliás, justifica a invenção do desajeitado termo "pragmaticismo" justamente como meio de tornar a sua concepção de pragmatismo "feia demais para seus sequestradores", ou seja, para evitar que também este conceito tivesse seu sentido psicologizado. Segundo ele, foi o que, lamentavelmente, aconteceu com o pragmatismo depois que saiu do Metaphysical Club.
Filosofia do Processo (ou Filosofia do Organismo), desenvolvida nos anos 1930 e 1940 por Alfred North Whitehead, mesmo sem contato direto com os Collected Papers peirceanos, mostra-se convergente com a cosmologia do pragmaticismo. Em ambos os casos, o universo é concebido como um agregado emergente de eventos e não mais, como na perspectiva filosófica moderna (inclusive a implícita à filosofia da linguagem iniciada por Wittgenstein), como uma coleção de fatos. Recentemente, esta convergência entre a filosofia do processo e o pragmaticismo foi explorada pelo filósofo neerlandês Guy Debrock. A partir delas, Debrock sintetiza o que ele chama de pragmatismo processual. Também recentemente, o projeto realista do pragmatismo foi reformulado por Richard Rorty.
Nas palavras de William James: "O método pragmatista é, antes de tudo, um método de terminar discussões metafísicas que, de outro modo, seriam intermináveis. O mundo é um ou muitos? Livre ou fadado? Material ou espiritual? Essas noções podem ou não trazer bem para o mundo; e as disputas sobre elas são intermináveis. O método pragmático nesse caso é tentar interpretar cada noção identificando as suas respectivas consequências práticas (...) Se nenhuma diferença prática puder ser identificada, então as alternativas significam praticamente a mesma coisa, e a disputa é inútil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário