sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Leitura para as próximas férias: “Todos Nós Adorávamos Caubóis”, da gaúcha Carol Bensimon


todos nós adorávamos caubóis capa
A capa do terceiro romance de Carol Bensimon/ Foto: Divulgação
Se tem uma coisa que a nova literatura, a literatura jovem e promissora faz por seus também jovens leitores é aproximar. Ao mesmo tempo em que escrevo este texto, programado para ser uma resenha de “Todos Nós Adorávamos Caubóis”(Companhia das Letras, 192 páginas, R$ 37 e R$ 26 o e-book), escuto aplaylist que autora, Carol Bensimon, ouviu enquanto escrevia o livro e depois publicou por aí, na vasta, descartável e preciosa internet. É bom entrar na antessala desse seu universo criativo. Ela é decorada em tons de indie, Bruce Springsteen eLed Zeppelin. Melancólicos, mas nunca para baixo.
O mesmo sentimento, o de estar por perto de alguma forma, toma conta em muitos momentos da leitura. Em sua road novel (como um road movie, só que com lombadas de papel), Carol escreve sobre duas amigas mais que amigas, sobre as cidadelas gaúchas, quartos de todo tipo em Paris — mas poderia estar escrevendo sobre uma turma que eu tive uma vez, sobre histórias que ouvi ou que vivi em inferninhos, apartamentos com mobília mínima e cafés nas cercanias da Augusta.
Carol capta muitas sutilezas do nosso mundo e dos nossos costumes — que chocam nossas famílias –, ao mesmo tempo em que conta uma história própria. E nem poderia ser diferente, já que uma história igual, na boca alheia, se torna totalmente nova. Eis o encanto deste terceiro livro da escritora gaúcha: ser totalmente dela e também de seu leitor.
Evidentemente, conto com a possibilidade de alguém com experiências diversas visitar a obra e também adorá-la por sua narrativa perspicaz, sem romance barato (na verdade, o preço do amor ali, entre as duas meninas, é bem alto), o olhar integralmente feminino e o encontro com um Brasil que parece abandonado num museu.
carol bensimon
Carol Bensimon está na lista “Os Melhores Jovens Escritores Brasileiros”, da revista inglesa “Granta”/ Foto: Divulgação

Nenhum comentário:

Postar um comentário